segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Maracatu


Maracatu Nação ou Baque-virado

Com a abolição da Escravatura, a coroação dos Reis do Congo perdeu a sua razão de ser, pois não existia mais a necessidade daquela "autoridade" para manter a ordem e a subordinação entre os negros que lhe eram sujeitos. Era no pátio das igrejas que se realizava a coroação dos Reis Negros, cujo cortejo, evoluindo através dos tempos, chegou até nossos dias, destacando-se o grupo das festas de Reis Magos (bumbas-meu-boi, cheganças e pastoris) e entrando para os festejos carnavalescos. A palavra MARACATU, provavelmente, origina-se de uma senha combinada para anunciar a chegada de policiais, que vinham reprimir a brincadeira. A senha era anunciada pelos toque dos tambores emitindo o som: maracatu/maracatu/maracatu.

Na linguagem popular, a palavra maracatu é empregada para expressar confusão, desarrumação, fora de ordem, dando respaldo à pressuposta da origem dessa palavra. O Maracatu Nação ou Baque-Virado tem, como seguidores, os devotos dos Cultos Afro-Brasileiros da linha Nagô. A boneca usada nos cortejos chama-se Calunga. Ela encarna a divindade dos orixás, recebendo em sua cabeça os axés e a veneração do grupo. A música vocal denomina-se toada e inclui versos de procedência africana. Seu início e fim são determinados pelo som de um apito. O instrumental, cuja execução se denomina toque, é constituído pelo gonguê, tarol, caixa de guerra e zabumbas. É formado por uma verdadeira corte real com rei, rainha, vassalos, condes, condessas, etc.

Maracatu Rural ou de Baque-solto

Também é chamado de Maracatu de Orquestra ou Baque-Solto, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). O Maracatu Rural é uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares que vêm às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar. Um ritmo rápido de chocalhos, percussão e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, com solo de trombone e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais. Os caboclos de lança vêm abrindo espaço entre a multidão, com suas lanças de mais de 2 metros de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane. Traz, como destaque, em sua indumentária, a gola bordada e o surrão. A gola de sua fantasia e feita em tecido brilhante, de cores vivas. O surrão é uma bolsa confeccionada em couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira, onde são presos chocalhos.

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