Mitos e Lendas

Lenda: Narração em que os fatos históricos são deformados pela imaginação do povo ou do poeta, se transformando em uma fábula.

Mito: Pessoa, fato ou coisa real, valorizados pela imaginação popular, pela tradição, ou ainda, coisa ou pessoa irreal, fictícia, de significado simbólico cuja verdade se perdeu no tempo.

Mitologia: Os Mitos são narrativas sobre as divindades e a Mitologia é o conjunto dessas histórias que explicam os mistérios da natureza ou transmitem ensinamentos éticos, psicológicos ou filosóficos para a humanidade.

A Lenda da Lagoa da Música

Em Bagé, perto do Rio Negro, existe uma lagoa mal-assombrada. Altas horas da noite, muito campeiro, ouviu notas de música brotando de suas águas calmas.

É que na sangrenta Revolução de 1893 uns trezentos republicanos pica-paus foram degolados em suas margens e os maragatos, vencedores, atiraram muitos mortos na lagoa.

Diz a lenda que o último degolado era um rapaz muito novo, valente com armas e clarim da força derrotada. Ao ser degolado, ainda correu para a lagoa, levando o seu clarim - clarim que ele gosta de tocar até hoje, nas noites de lua clara.

Boitatá

Serpente de fogo, jibóia, cobra grande. É o gênio que protege os campos contra quem os incendeia. Diz-se no sul que ele mata animais comendo somente os olhos. De tantos olhos que já comeu ficou cheio de luz. Seu corpo virou uma bola de fogo se transformando em um clarão vivo!

Boto cor-de-rosa

Homem bonito, bem vestido e bom dançarino aparece à noite para encantar as moças e levá-las para a beira do rio Amazonas, onde as engravida. Porém, antes do amanhecer, o homem vira boto e desaparece nas águas do rio. Ao entardecer, a história se repete.

Como surgiram as estrelas

Algumas índias foram colher milho para fazer pão para seus maridos. Um indiozinho seguiu a mãe e, ao vê-las fazendo pão, roubou um monte de milho. Chamou seus amigos e foram pedir para a avó fazer pão para eles também.

As mães, sentindo a falta do milho, começaram a procurá-lo. Os meninos, depois que comeram o pão, resolveram fugir para o mato e para que a avó não contasse o que tinham feito, cortaram-lhe a língua. Então chamaram o colibri e pediram para que amarrasse lá no céu o maior cipó que encontrasse e começaram a subir. As mães perceberam que as crianças não estavam na tribo. Desesperadas, perguntaram para a avó o que tinha acontecido, mas essa não podia responder. Então, uma das mães olhou para o céu e viu os meninos subindo pelo cipó. As mães correram e imploraram para que voltassem, mas os meninos não obedeceram. Então, elas decidiram subir no cipó também. Mas os indiozinhos cortaram-no e as mães caíram transformando-se em animais selvagens. Os meninos malvados, como castigo, tiveram que olhar fixamente todas as noites para a terra, para ver o que aconteceu com suas mães. Seus olhos, sempre abertos, são as estrelas.

Curupira

"O Curupira é feio e peludo que nem um urso. Já viram dentes verdes? Pois o Curupira tem. Sem contar as orelhas pontudas e o cabelo vermelho, como fogo.
Ele não é caranguejo, porém seu pé é virado para trás, como se fosse andar de marcha-ré, deixando um rastro mentiroso.
Protege as florestas, os bosques e os animais, assustando os caçadores e viajantes."
(lenda original da Região Norte)

Galinho de Barcelos

Barcelos é uma cidade situada na região do Minho, ao norte de Portugal, repleta de monumentos, sendo o maior deles um simples galinho. O Galinho de Barcelos se tornou um símbolo de felicidade, honestidade, integridade, confiança e honra. É presença marcante nas festas tradicionais e nas vitrines portuguesas, sendo oferecido aos turistas como o souvenir mais popular de Portugal.

A curiosa lenda do galo data do século XVI. Segundo ela, os habitantes da região estavam alarmados com um crime cometido ali e que ficara sem explicação. Portanto, o criminoso era desconhecido. Certo dia surgiu um suspeito que foi preso pelas autoridades locais. O pobre homem jurava inocência e dizia estar peregrinando a San Tiago de Compostela para cumprir uma promessa, mas não convenceu e foi condenado à forca. Antes da execução, o homem pediu que o levassem à presença do juiz. Na casa do magistrado estava acontecendo uma grande festa, com muitos convidados, e diante de tantas pessoas reafirmou sua inocência e apontou para um galo assado que estava sobre a mesa exclamando:

- "É tão certo eu ser inocente, como é certo este galo cantar quando me enforcarem".

Diante de tal situação, ninguém comeu o galo assado e o que parecia impossível, tornou-se realidade, pois no momento do enforcamento, o galo levantou-se e cantou. O juiz correu até o local da forca e livrou o pobre inocente da morte. Alguns anos se passaram e o homem retornou a Barcelos e ergueu o monumento do Galo de Barcelos em louvor a San Tiago e Nossa Senhora.

Os moradores da cidade perpetuam a história modelando galinhos de barro, simples e coloridos.

Lobisomem

Às sextas-feiras, à meia noite, em dia de lua cheia, um caboclo pálido, ressecado e de sombrio aspecto, filho do 7º parto, procura os galinheiros onde dorme, e se alimenta de fezes e se transforma num grande cão com enormes orelhas e percorre sete bairros antes do nascer do sol. Quando mulher, transforma-se em uma bruxa ou em uma porca enorme e feroz. Acompanhada de sete leitões sai estrada afora a assustar e a atacar os viajantes e forasteiros.

Os feridos pelas presas do duende terão o mesmo fim se transformarão em lobisomen. Mas quem conseguir feri-lo, derramando-lhe o sangue, porá fim à sua triste sina.

Mula sem cabeça

Linda mulher nua, desencantada, que tem amores criminosos, transforma-se em mula negra, sem cabeça, com um facho luminoso na ponta da cauda e uma cruz de cabelos brancos. É atraída pelo brilho das unhas e mata a coices quem a encontrar.

Negrinho do Pastoreiro

Diz uma lenda cristã que o negrinho não possui pecados, é um anjo bom. Vive à procura de objetos perdidos e os coloca de maneira que seus donos os encontrem.

Orfeu e Eurídice

Orfeu era um grande poeta e músico na mitologia grega e Eurídice era sua mulher. Orfeu cantava tão melodiosamente com a sua lira que atraía feras, árvores e até pedras. Quando Eurídice foi morta por uma serpente, Orfeu desceu ao mundo subterrâneo e implorou a Hades (nome grego do deus da morte e também deus do sinistro mundo subterrâneo que governava) que a deixasse voltar à Terra. Hades concordou, mas com a condição de que Orfeu fosse à frente de Eurídice e só olhasse para trás quando chegasse de novo à terra. Orfeu não resistiu, olhou para trás e perdeu sua mulher para sempre.

Pigmaleão

Segundo uma lenda grega, Pigmaleão era um escultor e rei de Chipre, que se apaixonou por uma estátua de marfim que esculpira, para reproduzir a mulher ideal. A deusa Afrodite, em resposta a um pedido de Pigmaleão, transformou a estátua numa mulher de carne e osso, chamada Galatéia. Casaram-se e tiveram um filho chamado Pafos. Esta lenda tem atraído muitos escritores; o antigo poeta romano Ovídio contou-a em sua coletânea de histórias mitológicas Metamorfoses e sua versão mais moderna é a de uma peça escrita por Bernard Shaw, mais tarde adaptada para um musical chamado My Fair Lady.

Saci

Molequinho encapetado, com apenas uma perna, um capuz vermelho e um cachimbo na boca, faz todo tipo de travessuras:
- derrama cumbucas de sal, cospe em panelas, esconde brinquedos de crianças, amarra rabo de cavalo, solta animais de curral ...
À noite, monta no cavalo a galope e despara pelo campo assombrando caçadores e viajantes com assovios finos aos ouvidos. Tem uma mão furada e gosta de brincar de correr e jogar uma brasa, ou qualquer outro objeto para cima, fazendo-o passar pelo buraco da mão e aparando com a outra.

Yara

O nome Yara, em tupi, significa "mãe das águas".
Yara representa a magia da mulher, sua beleza, sua capacidade de sedução.
Metade peixe, metade mulher.
Com seu canto sedutor, atrai os homens para o fundo do mar.